sábado, 5 de maio de 2012

VÓ CICE- SABEDORIA EM FRASES

Eu me pego, diariamente,a dizer frases que minha mãe dizia e que demonstram a forma bem humorada que a
Vó Cice enfrentava a vida.
Nas tomadas de decisões, em que poderia advir prejuízos, ela dizia: " que vão-se os anéis, que fiquem os dedos", ou então, respeitando o livre-arbítrio: " sua alma, sua palma".
Nas questões amorosas, em que a tônica era o ciúme, vinha: " o amor é como o mercúrio na palma da mão, quando mais se segura, mais escorre pelos dedos".
Já o " confie, desconfiando"- a minha preferida- eu nunca segui, o que me valeu muitos prejuízos financeiros e emocionais...
Comida, quando sobrava, ela oferecia a todos, incentivando o consumo, afirmando: " antes que vá fora, que se perca".
Às pessoas comilonas, as gulosas, com uma gostosa gargalhada, ela alfinetava: " melhor sustentar um burro a pão de ló!".
Às que relutavam tomar banho, com jeitinho brincalhão, ela justificava: " de sujo nunca ninguém morreu" se referindo  ao fato de que quem morre na água morre limpinho!!!!
Aconselhava que ninguém se humilhasse, em nenhuma circunstância e com um sorriso dizia: " quem muito se abaixa, o rabo aparece!"
Se uma pessoa agia mal, sob influência de outras pessoas, justificava: " homem de cabeça cheia, vira até bandido!".
Ao valorizar alguma coisa ou situação, usava a analogia com um símbolo de todos os alimentos: " isso é um pão e um pedaço!"

Enfim, são vívidas em minha memória a sua voz e seus conselhos.
Há mais de 10 anos a Vó Cice se foi, mas em mim ficou o agradecimento pelos exemplos de coragem e fortaleza que ela foi para mim e meus filhos.
Obrigada,Mãe!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

PALETA SUINA

Esta é uma receita que copiei do blog " dona do mundo", copiei, provei e aprovei.
Gente! Com o passar do tempo, chego à conclusão de que tres são as coisas que dão prazer e equilíbrio à vida: comer, amar e rezar...isso parafraseando Liz Gilbert...amanheci plagiadora de idéias!!!!
Os vegetarianos que me desculpem mas saborear essa paleta é fundamental!!!Olha outro plágio do dia!!!!
E olha que não precisa ser domingo ou feriado. É só complementar com uma simples maionese e voilá!
É claro que você pode dar seu toque pessoal, eu adoro adicionar cominho às receitas de carne que faço, fica muito bom.
No final há a recomendação de adicionar coentro...afe Maria, êta temperinho que detesto!!!Mas sua alma, sua palma...experimente à vontade, quem sabe você goste.
Aqui vai a receita!
Bon appetit!




Paleta Suina




PALETA SUÍNA





Ingredientes
1 kg de paleta suína em cortada em pedaços
1 cebola média cortada em pedaços grandes
2 dentes de alho picados
1 pimentão verde sem semente cortado em pedaços grandes
1 pimentão vermelho sem semente cortado em pedaços grandes
algumas batatas
sal e suco de limão para temperar a carne
3 colheres (sopa) de óleo
pimenta do reino a gosto
1 pitada de açúcar

Modo de preparar
Tempere a carne com sal, limão e pimenta do reino (nesse dia usei apenas duas gotinhas de limão e achei que ficou perfeito)
Frite os pedaços, até que fiquem dourados dos dois lados, e aos poucos, acrescente pequenas quantidades de água quente até que a carne esteja macia.
Acrescente cebola, depois o alho, e a batata.
Quando a batata estiver macia junte os pimentões e frite por mais alguns instantes.
Por fim uma pitada de açúcar ( tradiçaõ de família quando se prepara carne de porco)

Desligue e sirva com um arroz branquinho e soltinho, ou como mandar a sua imaginação.
da próxima vez vou salpicar coentro picado.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Enfim uma mulher Presidente!

O primeiro discurso da presidente eleita Dilma Rousseff






31 de outubro de 2010

A primeira presidente eleita da República, Dilma Rousseff (PT), agradeceu aos brasileiros que a elegeram neste domingo (31). A petista obteve mais de 55 milhões de votos, derrotando o adversário José Serra (PSDB) no segundo turnos das eleições.

Dilma falou rapidamente com a imprensa quando deixava sua casa, em Brasília, para seguir para a festa organizada pelo PT para a comemoração dos resultados.

- Eu estou muito feliz. Agradeço aos brasileiros e às brasileiras por esse momento e prometo honrar a confiança que depositaram em mim. Veja o vídeo AQUI seu primeiro discurso como presidenta.


Minhas amigas e meus amigos de todo o Brasil,

É imensa a minha alegria de estar aqui. Recebi hoje de milhões de brasileiras e brasileiros a missão mais importante de minha vida. Este fato, para além de minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do nosso país: pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro portanto aqui meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade.

A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um principio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas, e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!

Minha alegria é ainda maior pelo fato de que a presença de uma mulher na presidência da República se dá pelo caminho sagrado do voto, da decisão democrática do eleitor, do exercício mais elevado da cidadania. Por isso, registro aqui outro compromisso com meu país:

•Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais da alimentação, do emprego e da renda, da moradia digna e da paz social.
•Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa.
•Zelarei pela mais ampla liberdade religiosa e de culto.
•Zelarei pela observação criteriosa e permanente dos direitos humanos tão claramente consagrados em nossa constituição.
•Zelarei, enfim, pela nossa Constituição, dever maior da presidência da República.
Nesta longa jornada que me trouxe aqui pude falar e visitar todas as nossas regiões. O que mais me deu esperanças foi a capacidade imensa do nosso povo, de agarrar uma oportunidade, por mais singela que seja, e com ela construir um mundo melhor para sua família. É simplesmente incrível a capacidade de criar e empreender do nosso povo. Por isso, reforço aqui meu compromisso fundamental: a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras.

Ressalto, entretanto, que esta ambiciosa meta não será realizada pela vontade do governo. Ela é um chamado à nação, aos empresários, às igrejas, às entidades civis, às universidades, à imprensa, aos governadores, aos prefeitos e a todas as pessoas de bem.

Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é, assim, uma meta que assumo, mas para a qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país no trabalho de superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida.

O Brasil é uma terra generosa e sempre devolverá em dobro cada semente que for plantada com mão amorosa e olhar para o futuro. Minha convicção de assumir a meta de erradicar a miséria vem, não de uma certeza teórica, mas da experiência viva do nosso governo, no qual uma imensa mobilidade social se realizou, tornando hoje possível um sonho que sempre pareceu impossível.

Reconheço que teremos um duro trabalho para qualificar o nosso desenvolvimento econômico. Essa nova era de prosperidade criada pela genialidade do presidente Lula e pela força do povo e de nossos empreendedores encontra seu momento de maior potencial numa época em que a economia das grandes nações se encontra abalada.

No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento. Por isso, se tornam ainda mais importantes nossas próprias políticas, nosso próprio mercado, nossa própria poupança e nossas próprias decisões econômicas.

Longe de dizer, com isso, que pretendamos fechar o país ao mundo. Muito ao contrário, continuaremos propugnando pela ampla abertura das relações comerciais e pelo fim do protecionismo dos países ricos, que impede as nações pobres de realizar plenamente suas vocações.

Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda os efeitos de uma crise financeira de grandes proporções e que se socorre de mecanismos nem sempre adequados, nem sempre equilibrados, para a retomada do crescimento.

É preciso, no plano multilateral, estabelecer regras mais claras e mais cuidadosas para a retomada dos mercados de financiamento, limitando a alavancagem e a especulação desmedida, que aumentam a volatilidade dos capitais e das moedas. Atuaremos firmemente nos fóruns internacionais com este objetivo.

Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade. O povo brasileiro não aceita mais a inflação como solução irresponsável para eventuais desequilíbrios. O povo brasileiro não aceita que governos gastem acima do que seja sustentável.

Por isso, faremos todos os esforços pela melhoria da qualidade do gasto público, pela simplificação e atenuação da tributação e pela qualificação dos serviços públicos. Mas recusamos as visões de ajustes que recaem sobre os programas sociais, os serviços essenciais à população e os necessários investimentos.

Sim, buscaremos o desenvolvimento de longo prazo, a taxas elevadas, social e ambientalmente sustentáveis. Para isso zelaremos pela poupança pública.

Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. Zelarei pelo aperfeiçoamento de todos os mecanismos que liberem a capacidade empreendedora de nosso empresariado e de nosso povo. Valorizarei o Micro Empreendedor Individual, para formalizar milhões de negócios individuais ou familiares, ampliarei os limites do Supersimples e construirei modernos mecanismos de aperfeiçoamento econômico, como fez nosso governo na construção civil, no setor elétrico, na lei de recuperação de empresas, entre outros.

As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados.
Apresentaremos sempre com clareza nossos planos de ação governamental. Levaremos ao debate público as grandes questões nacionais. Trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

Mas acima de tudo quero reafirmar nosso compromisso com a estabilidade da economia e das regras econômicas, dos contratos firmados e das conquistas estabelecidas.

Trataremos os recursos provenientes de nossas riquezas sempre com pensamento de longo prazo. Por isso trabalharei no Congresso pela aprovação do Fundo Social do Pré-Sal. Por meio dele queremos realizar muitos de nossos objetivos sociais.

Recusaremos o gasto efêmero que deixa para as futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.

O Fundo Social é mecanismo de poupança de longo prazo, para apoiar as atuais e futuras gerações. Ele é o mais importante fruto do novo modelo que propusemos para a exploração do pré-sal, que reserva à Nação e ao povo a parcela mais importante dessas riquezas.

Definitivamente, não alienaremos nossas riquezas para deixar ao povo só migalhas. Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde. Me comprometi também com a melhoria da segurança pública. Com o combate às drogas que infelicitam nossas famílias.

Reafirmo aqui estes compromissos. Nomearei ministros e equipes de primeira qualidade para realizar esses objetivos. Mas acompanharei pessoalmente estas áreas capitais para o desenvolvimento de nosso povo.

A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade. É aquela que convive com o meio ambiente sem agredí-lo e sem criar passivos maiores que as conquistas do próprio desenvolvimento.

Não pretendo me estender aqui, neste primeiro pronunciamento ao país, mas quero registrar que todos os compromissos que assumi, perseguirei de forma dedicada e carinhosa. Disse na campanha que os mais necessitados, as crianças, os jovens, as pessoas com deficiência, o trabalhador desempregado, o idoso teriam toda minha atenção. Reafirmo aqui este compromisso.

Fui eleita com uma coligação de dez partidos e com apoio de lideranças de vários outros partidos. Vou com eles construir um governo onde a capacidade profissional, a liderança e a disposição de servir ao país será o critério fundamental.

Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária.

Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte não haverá discriminação, privilégios ou compadrio.

A partir de minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política.

Nosso país precisa ainda melhorar a conduta e a qualidade da política. Quero empenhar-me, junto com todos os partidos, numa reforma política que eleve os valores republicanos, avançando em nossa jovem democracia.

Ao mesmo tempo, afirmo com clareza que valorizarei a transparência na administração pública. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. Serei rígida na defesa do interesse público em todos os níveis de meu governo. Os órgãos de controle e de fiscalização trabalharão com meu respaldo, sem jamais perseguir adversários ou proteger amigos.

Deixei para o final os meus agradecimentos, pois quero destacá-los. Primeiro, ao povo que me dedicou seu apoio. Serei eternamente grata pela oportunidade única de servir ao meu país no seu mais alto posto. Prometo devolver em dobro todo o carinho recebido, em todos os lugares que passei.

Mas agradeço respeitosamente também aqueles que votaram no primeiro e no segundo turno em outros candidatos ou candidatas. Eles também fizeram valer a festa da democracia.

Agradeço as lideranças partidárias que me apoiaram e comandaram esta jornada, meus assessores, minhas equipes de trabalho e todos os que dedicaram meses inteiros a esse árduo trabalho. Agradeço a imprensa brasileira e estrangeira que aqui atua e cada um de seus profissionais pela cobertura do processo eleitoral.

Não nego a vocês que, por vezes, algumas das coisas difundidas me deixaram triste. Mas quem, como eu, lutou pela democracia e pelo direito de livre opinião arriscando a vida; quem, como eu e tantos outros que não estão mais entre nós, dedicamos toda nossa juventude ao direito de expressão, nós somos naturalmente amantes da liberdade. Por isso, não carregarei nenhum ressentimento.

Disse e repito que prefiro o barulho da imprensa livre ao silencio das ditaduras. As criticas do jornalismo livre ajudam ao pais e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório.

Agradeço muito especialmente ao presidente Lula. Ter a honra de seu apoio, ter o privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria, são coisas que se guarda para a vida toda. Conviver durante todos estes anos com ele me deu a exata dimensão do governante justo e do líder apaixonado por seu pais e por sua gente. A alegria que sinto pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida.

Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito a sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta. Sei que a distância de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade. A tarefa de sucedê-lo é difícil e desafiadora. Mas saberei honrar seu legado. Saberei consolidar e avançar sua obra.

Aprendi com ele que quando se governa pensando no interesse público e nos mais necessitados uma imensa força brota do nosso povo. Uma força que leva o país para frente e ajuda a vencer os maiores desafios.

Passada a eleição agora é hora de trabalho. Passado o debate de projetos agora é hora de união. União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país. Junto comigo foram eleitos novos governadores, deputados, senadores. Ao parabenizá-los, convido a todos, independente de cor partidária, para uma ação determinada pelo futuro de nosso país.

Sempre com a convicção de que a Nação Brasileira será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ela.

Muito obrigada.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dilma e a fé cristã

Em época de eleição, este texto é muito importante, em função de ter sido escrito por um dos religiosos mais respeitados do Brasil.






"Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária aos princípios do Evangelho e da fé cristã


Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte.Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência.Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho.


Nada tinha de "marxista ateia".


Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.


Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória -diria, terrorista- acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos.Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.


Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo.Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica.




Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.


É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam.Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...


Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.


Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.


Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.


A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção."


FREI BETTO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quem tem medo do voto dos pobres?

A campanha contra o governo Lula tem usado a internet para espalhar seus argumentos.

Um deles é sobre o bolsa-família.

Eu me vali de partes do texto da jornalista Maria Rita Kehl para colocar quão injusta é essa campanha:





"Se o povão das chamadas classes D e E - os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil - tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola

Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer. O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da "esmolinha" é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

Será que os internautas tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de "acumulação primitiva de democracia".

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos."

Maria Rita Kehl -

sábado, 25 de setembro de 2010

A ESPERANÇA QUE SE TORNOU REALIDADE

A esperança que se tornou realidade


“ Teima...é só teimar!!!
Dona Lindu



Eu venho dos bancos universitários da época negra da ditadura (1965 a 1970),convivi com pessoas atuantes que foram punidas por serem idealistas. Lembro das atividades do Centro Acadêmico da UCP, cujo presidente foi o João Bonifácio Cabral Junior, preso político, assim como a Clair Martins, minha amiga e mentora daquela época. Juntos fizemos a tomada da reitoria da federal em protesto contra a política de ensino.
Enfim, naquela época eu via os estudantes tomando a frente dos movimentos populares, na ânsia de ver a realidade social ser modificada.
Era a UNE liderando, Encontros de Estudantes tentando impor rumos ao país.
A ditadura militar se impunha prendendo, matando, destruindo grande parte da intelectualidade brasileira.
Saudades dos amigos, dos colegas, presos, torturados e “ desaparecidos” nos porões da ditadura.
Quis o destino que em 1979 eu fosse morar em Minneapolis nos Estados Unidos, sempre atenta às notícias do meu país, fui surpreendida ao ver a gigantesca reação dos trabalhadores à condição de vida que se apresentava . A liderança que apontava inconteste tinha o nome de um metalúrgico: Luiz Inácio da Silva, o Lula.
Fui, como milhões de brasileiros, testemunha de tudo que sucedeu.
Hoje, cinéfola como sempre fui, assisti o filme “ Lula, o filho do Brasil”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Fiquei tomada de pura emoção, não só por ter vivido esse tempo mas também pelo trabalho de sensibilidade e beleza do filme de Fabio Barreto. Me dei conta da estatura de Glória Pires, como atriz, que talento, que maturidade, que entrega na interpretação de Dona Lindu.Me dei conta, também, de que Lula é o resultado da educação guiada pela intuição , bondade e força dessa mulher e mãe, que retrata a todas nós mães, que lutamos, sozinhas para criar nossos filhos, e que temos êxito e orgulho por vermos nossas missões cumpridas.
Brilhante a atuação desse novo ator: Rui Ricardo Dias, que não imitou o Lula, não fez caricatura, apenas atuou com alma e coração.
Parabéns,Denise Paraná, autora do livro que deu origem ao filme. Que trabalho minucioso, autêntico, documental.!!!!
O filme mostra a trajetória incrível do menino pobre, pés descalços, vida difícil que só faz mostrar a importância de sua força interior que o fez Presidente da República do Brasil e um dos líderes mais respeitados do cenário mundial.
Mil loas ao filme, ao diretor, aos atores...mil loas à Dona Lindu que ensinou Lula a teimar, a não desistir diante das derrotas.
Termino com parte do discurso de posse de Lula, ao ser eleito Presidente pela primeira vez:
“ A nossa alegria é maior que nossa dor;
A nossa força é maior que nossa miséria;
A nossa esperança é maior que nosso medo”

Sueli Ataíde
25/09/2010